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Campina Grande
I
14 de julho de 2020
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Inaudete Amorim em show / Foto: MaisPB

O dia de terça-feira (14) se tornou cinza com a notícia de que a contagiante e alegre gente nossa, Inaudete Amorim, nos deixou aos 61 anos de idade após anos de luta contra o câncer. Para homenagearmos e lembrarmos a excentricidade dessa mulher, em 2012 o nosso projeto Gente Nossa homenageou-a com um programa emocionante sobre sua vida e carreira de Inaudete Amorim.

Natural de Campina Grande – PB, Inaudete iniciou sua carreira artística com quatro anos de idade ao cantar no grupo infantil denominado de “Os mirins”, na Rádio Borborema. Com três discos de vinil, cinco CDs e três coletâneas gravados, a cantora se tornou, ao longo de sua vida musical, uma expressiva representante da cultura regional, sempre com um jeito charmoso de cantar e encantar.

Dentre seus grandes sucessos podemos citar “Flor de Maracujá”, de autoria de seu pai, Luiz Amorim, inclusive, seu primeiro sucesso; “Jeito de Amar”, com musicalidade de Edmar Miguel; “Chega de Promessa”, também de autoria de seu pai; “Na Corrente do Amor”, de Antônio Barros e “Jeito Dengoso”, música feita especialmente para ela por Nando Cordel.

Além de cantora, como já dissemos anteriormente, Inaudete Amorim é jornalista e radialista. Para ela, o rádio é mágico e fascinante: “o rádio é a minha segunda paixão, a primeira é a música. Eu respiro todos os dias o rádio” – entusiasmadamente enfatizou Inaudete ao se referir sobre este veículo de comunicação.

A cantora também comentou sobre a amizade que cultivou com a saudosa Inês Caetano de Oliveira ou, simplesmente, Marinês – a rainha do forró. Nas palavras de Inaudete, Marinês representa uma pessoa inigualável, sinônimo de humanidade e sensibilidade. Na opinião da entrevistada do Gente Nossa, uma das maiores dádivas concedidas pelo Divino a sua pessoa foi ter tido o privilégio de conviver com Marinês.

Inaudete Amorim mencionou a importância de Luiz Gonzaga para a cultura nordestina e para o cancioneiro nacional: “Luiz é o ícone maior de nossa música, é o espelho, é nossa fortaleza”. Apesar de não ter conhecido fisicamente Gonzagão, a cantora ressalta que sua influência musical está alicerçada nos ensinamentos que este pernambucano de Exu proporcionou: “ensinamentos de arte, de cultura e de vida” – declarou Inaudete.

No que se refere à escolha de repertório, a cantora mencionou que suas preferências estão por músicas que falem de

Inaudete Amorim gente, de amor. É justamente por amar a vida, bem como o que faz, que a artista atribui o sucesso de sua carreira: “tudo que fazemos com amor dá certo e eu amo tudo que faço” – afirmou.

Para a cantora, a retribuição de todo o investimento dado está no carinho do público e no reconhecimento de instâncias que valorizam os artistas, sobretudo, da terra, como é o caso do Troféu Gonzagão, prêmio duas vezes já concedido a Inaudete Amorim, que ainda faz questão de frisar que todo o resultado positivo alcançado em sua trajetória artística deve e precisa ser compartilhado com parcerias que, ao longo da história, vem se fazendo presentes. Dentre estas parcerias ela cita Edmar Miguel, Nando Cordel, Eraldo e Capilé.

Ver e ouvir a essência das coisas é o lema de vida da cantora, jornalista e radialista Inaudete Amorim que também destacou o prazer de cantar para o público de Campina Grande, sua terra natal: “confesso que a sensação de estar no Parque do Povo é a melhor possível, é onde me realizo” – diz com expressão de alegria.

A cantora chama a atenção para a necessidade de valorizar os cantores, músicos, poetas e ativistas da cultura local, reconhecendo seus valores e estimulando, com isto, a propagação de nossa memória cultural que é, por natureza, rica e sublime. Inaudete Amorim é esta artista de “jeito dengoso” e que busca sempre estar “na corrente do amor”, conforme títulos de músicas cantadas por ela que é, verdadeiramente, Gente Nossa.

Edição: Everton David/ Ana Geisa Viana
Fotos: Jerônimo Lucena/ Emanuel Messias/ Joyce Lima

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