ZITO BORBOREMA: O MENINO QUE SEGUIU O BATUQUE DO PANDEIRO
Campina Grande
I
11 de junho de 2019
Chico Nóbrega para o Gente Nossa / Foto: Joyce Mayara
Texto: Rayanne Késsia
Fotos: Joyce Mayara
“Conheça o Nordeste, sua tradição, quem nasce naquela terra, na cidade ou no sertão, é homem trabalhador”, assim cantava em “Meu Nordeste”, Manoel Valdivino de Souza, mais conhecido como Zito Borborema, vocalista, triangueiro e pandeirista, nascido na cidade de Taperoá, Paraíba.
Com voz aguda e excelente ritmo, se destacou nas paradas musicais até a década de sessenta, e, viveu grandes momentos deixando seu grande marco na música Nordestina. Foi casado com Chiquinha do Acordeom e é pai de Perpétuo Borborema. Ainda menino, Zito já brincava com caixotes de feira e improvisava versos, o artista se consagrava desde cedo, através do côco de roda em sua terra.
Devido a falta de oportunidades, Zito migra para Campina Grande, e ao chegar na cidade, ainda adolescente, dominava o ritmo e adorava acompanhar os sanfoneiros da cidade com seu pandeiro e triangulo, onde conheceu diversos músicos e se apresentou em alguns clubes, e numa dessas festas típicas, Zito fez amizade com dois violeiros que o convidaram a dar um salto mais alto em direção à glória artística que o esperava lá fora. Teve influência de Jackson do pandeiro, e trabalhou com Luiz Gonzaga, conquistou seu auge e como um bom sertanejo resistiu as adversidades da vida.
No ano de 1956, Zito fez sua estreia em disco, “O Nordeste canta” apresentando-se como Zito Borborema e seus Cabras da Peste, no qual participavam Marinês, Abdias, e Chiquinho, porém o grupo logo se desfez. Nesta mesma época, formou com Dominguinhos e Miudinho o Trio Nordestino em sua primeira formação, que teve curta duração.
São seus maiores sucessos e até hoje continuam pedidos nas rodas forrozeiras: Mata-Sete, Padre Cícero, Alegria da Festa, Gente da Gente, Bebendo nos Botequins, Corinthiano de Coração, o Mestre Não Quer, e Zé da Onça, este com a participação de Chiquinha.
Em mil novecentos e noventa e sete, ele veio para campina grande para uma cerimônia de entrega de cidadania ao fundador do museu Luiz Gonzaga, seu Zé Nóbrega. Na ocasião estavam presentes Fuba de Taperoá, Biliu de Campina e dentre outros artistas. Esse evento deveria ser uma passagem pela cidade de campina grande, porém, no dia 25 de março de 1987, o Nordeste perde um de seus maiores ritmistas, Zito deixa a vida, sendo vítima de uma infecção intestinal.
Artista de grandes obras, Zito Borborema é Nordeste, é forró, é cultura e sua história deve ser sempre lembrada, Zito é gente da gente, Zito Borborema é GENTE NOSSA.