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RONIERE LEITE

Músico, compositor, desenhista e poeta

GILBERTO JOSÉ

Um grande artista paraibano, digno de...

Campina Grande
I
26 de novembro de 2018
Ceguinhas de Campina Grande.JPG

Poroca e Indaiá dando entrevista a TV Paraíba / Foto: Joyce Lima

De cidade em cidade, de estado em estado, da esmola ao sucesso, filhas das ruas e do mundo, foram da escuridão à luz da fama, com três ganzás em mãos e três vozes que camuflaram o sofrimento. Três irmãs cegas após anos de andanças pelo nordeste criaram raízes em Campina Grande, onde fizeram da Rua Maciel Pinheiro palco principal de suas histórias. Maroca, Poroca e Indaiá, ou mais conhecidas como “As ceguinhas de Campina”, marcaram muitas pessoas nos anos 70, 80 e 90, quando pediam esmolas por meio de sua arte em Campina Grande.

Nascidas em cidades e estados diferentes, Maroca, Poroca e Indaiá são de uma família humilde de cinco irmãos, que viviam pelo mundo pedindo dinheiro para sobreviver. Através do contato com as pessoas que conheciam nos diversos lugares, aprenderam a tocar os ganzás e a cantar músicas, como Atirei no Mar, Coco do Leão, O segredinho, Tamborim, entre outros cocos e cantigas.

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Poroca e Indaiá dando uma palhinha de suas músicas / Foto: Joyce Lima

Foram muitos anos pelas ruas, até a década de 1990 quando conheceram o cineasta Roberto Berliner, que após acompanhar o cotidiano das irmãs, produziu o documentário “A Pessoa é para o que nasce”, lançado em 2004. O filme rendeu para as ceguinhas reconhecimento nacional, dando a elas a oportunidade de conhecerem todo o Brasil e dividirem palco com cantores da MPB, como Gilberto Gil e Elba Ramalho.

Desde 2013 as irmãs moram com Walquíria, no bairro do Catolé, em Campina Grande. Segundo Poroca e Indaiá, “são os cinco anos de alegria por estarem numa casa em que são bem cuidadas”. Walquíria conheceu-as quando moravam com outra família, já que não não possuem contato com a família biológica.

Em 2017 o trio perdeu Maroca, que faleceu após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), restando as outras duas irmãs, que além das marcas do tempo e um sorriso no rosto, mantém a graça e o charme da música paraibana na alma.

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